Brasil pode ter 17% do PIB comprometido só com aposentadorias daqui 30 anos

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 07/12/2017

Até 2050, o Brasil poderá ter 17% do seu PIB voltados somente para pagamentos de aposentadorias. A estimativa é de um relatório divulgado pela OCDE na última terça-feira (05), que mostra que o Brasil será o País com o maior gasto no setor de todo o G20, se permanecer com o atual sistema previdenciário.
O relatório comparou o desempenho de 43 países e o Brasil registrou a maior taxa. Segundo a OCDE, a média de percentual para gastos com previdência até 2050 deveria ser 9,2%. Hoje, o Brasil já tem 9,1% de todas as riquezas geradas no País para pagar aposentados e pensionistas.
O especialista em finanças Marcos Melo acredita que essa projeção de 17% do PIB seja apenas uma estimativa, mas faz um alerta.

“É muito importante observar a tendência desses números. Se continuar como está, de fato, o gasto com previdência no Brasil deverá absorver uma proporção muito grande dos gastos.”

O resultado médio dos países da Organização com gastos previdenciários fica em torno de 8,1%. A Argentina, por exemplo, gasta atualmente 7,8% no setor. A projeção é de que o percentual seja de 10,4% em 2050, média bem abaixo da esperada para o Brasil. Segundo o relatório, alguns países que realizaram reformas na Previdência deverão ter o percentual do PIB mais baixo, como é o caso da França, que tem expectativa de passar de 15% para 13%. O pesquisador da FGV Buno Ottoni comenta sobre a informação.
“Nossa previdência hoje consome uma quantidade absurda de recursos do Governo e nós ainda somos um País jovem. A nossa transição demográfica será muito acelerada. O que a França fez em 100 anos, e alguns outros países europeus também fizeram em muitos anos em termos de transição demográfica ou velocidade de envelhecimento, nós faremos em 20 anos.”
O relatório traz ainda a informação de que os países precisam reformar os sistemas previdenciários, mas que realizar o processo com pressa pode gerar efeitos negativos. O Governo estuda votar ainda neste ano a reforma da Previdência e está em busca dos 308 votos favoráveis.


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