Reunião da ONU dura pouco mais de 1h e termina sem consenso sobre ataques do Irã contra Israel

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 15/04/2024

A reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU (Nações Unidas) na tarde deste domingo (14) terminou sem aprovação de resolução relativas aos ataques do Irã contra Israel, ocorridos entre a noite desse sábado (13) e a madrugada deste domingo (14). O encontro, convocado pela manhã, durou cerca de 1 hora e 25 minutos, em Nova York, nos Estados Unidos, e foi marcado por troca de acusações entre Irã e Israel.

Na abertura da sessão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a escalada do conflito na região está levando o Oriente Médio a um estágio de “extremo perigo”, com potencial risco de “guerra total”.

“A ONU proíbe uso da força contra a integridade territorial de Estados-membros ou que esteja contra os propósitos das Nações Unidas. O princípio da inviolabilidade deve ser respeitado em todos os casos, de acordo com o direito internacional, como disse ao condenar o ataque ao consulado iraniano [no início deste mês]”, destacou Guterres. A agressão do Irã contra Israel ocorreu em resposta ao ataque israelense contra o consulado iraniano.

O secretário-geral defendeu cessar-fogo na região. “É hora de evitar o confronto militar em múltiplas frentes. Temos a responsabilidade compartilhada de evitar essa escalada, visto que os civis já estão pagando o preço mais alto”, pediu.

O representante permanente de Israel na ONU (Nações Unidas), Gilad Erdan, comparou o regime do Irã à Alemanha nazista e o aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Iraniana, de 1979, a Adolf Hitler. “O regime islâmico de hoje não é diferente do Terceiro Reich, e o aiatolá Khomeini não é diferente de Adolf Hitler”, declarou Erdan.

Para Erdan, os ataques iranianos ultrapassaram todos os limites e Israel tem o direito legal de se defender. O representante pediu, ainda, que o Irã seja banido da ONU e receba sanções. “O Terceiro Reich de Hitler foi concebido para durar 1.000 anos e se estender por todos os continentes, assim como Khomeini pretendeu que a hegemonia radical Xiita se estendesse por toda a região e além. É por isso que o Irã se arma com mísseis balísticos intercontinentais”, acusou o representante israelense, ao chamar os iranianos de “selvagens”.

Em retorno às acusações feitas por Erdan, o representante permanente do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, afirmou que o país não teve escolha, agiu em autodefesa e que mirou apenas alvos militares. “O Irã atuou inteiramente no exercício do direito inerente à autodefesa, conforme descrito no artigo 51º da Carta da ONU e reconhecido pelo direito internacional. Essas ações concluídas eram necessárias e proporcionais. Foram precisas e direcionadas apenas a objetos militares e foram executadas com cuidado para minimizar o potencial de escalada e evitar danos aos civis”, destacou o iraniano.

Iravani criticou o posicionamento das potências ocidentais, que teriam “optado, mais uma vez, por fechar os olhos à realidade e ignoraram as causas profundas que contribuem para a situação atual”. Para ele, Estados Unidos, Reino Unido e França agem de “maneira hipócrita”.

Fonte: R7


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