Caminhoneiros bloqueiam parcialmente rodovias do país

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 09/09/2021

Caminhoneiros fazem bloqueios parciais em rodovias pelo país nesta quinta-feira (9).

Segundo boletim do Ministério da Infraestrutura das 8h30, os atos estavam concentrados em pelo menos 15 estados, com 10% de redução de ocorrência desde o último boletim da madrugada. São eles: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, Pernambuco, e Pará.

Há bloqueios parciais em estradas de nove deles: Santa Catarina, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Maranhão e Bahia. Em São Paulo, o Rodoanel foi liberado.

O ministério ainda afirma que alguns pontos de retenção na região norte de Santa Catarina, onde a mobilização chegou a ameaçar condições de abastecimento, foram liberados por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em Florianópolis alguns postos de gasolina estão ficando sem combustível. Em média, os motoristas estão levando de 40 minutos a uma hora para abastecerem seus veículos.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou uma nota de repúdio às paralisações, segundo ela, organizadas por caminhoneiros autônomos.

“Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz o texto da associação, assinado pelo presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

A entidade, que congrega cerca de 4 mil empresas de transporte, disse ainda estar preocupada com os efeitos que o bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, avalia que o movimento é de cunho político com participação de empresários de transporte e seus funcionários celetistas, e não de transportadores autônomos.

“Os caminhoneiros estão sendo usados como massa de manobra”, disse Chorão, que foi um dos principais líderes da categoria na greve de 2018. “Está claro que a pauta não é da categoria”.

O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Dahmer, relatou ter visto alguns pontos de manifestações de caminhoneiros, “conforme era esperado” diante de manifestações de Bolsonaro.

“Vimos veículos do agronegócio, como tratores e máquinas agrícolas, e a ala de patriotas apoiadores do presidente Bolsonaro. O transportador autônomo vai continuar tentando trabalhar”, disse.

A CNTTL enviou recentemente ofício ao presidente do STF, Luiz Fux, repudiando atos “extremistas”, as declarações do cantor Sérgio Reis e do que chamou de “pseudo lideranças” de caminhoneiros, dizendo que não compactua com atos antidemocráticos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enviou, na noite desta quarta-feira (8), um áudio direcionado aos manifestantes afirmando que os bloqueios das estradas “atrapalham a economia”, pois provocam desabastecimentos, inflação e prejudicam a todos, “em especial os mais pobres.”

“Não parem, caminhoneiros. Se tiver uma paralisação no Brasil, todos vão sofrer. Desde o abastecimento, inflação, vai ter problemas sociais graves. Se eu puder apelar aos caminhoneiros aqui é que não parem o Brasil. Eu sei do poder que eles têm e reconheço o trabalho que eles fazem, mas acredito que a paralisação não interessa para nenhum de nós”, disse Bolsonaro.

A autenticidade da mensagem foi confirmada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que gravou um vídeo diante da repercussão do áudio.

As informações são da CNN Brasil. Foto: Reprodução.


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