Editorial: Água é vida (27/08/2021)

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 27/08/2021

Depois da pandemia de Covid-19 ter amainado, o Brasil agora enfrenta outro vilão: a estiagem, responsável pela atual crise hídrica vivida em muitos estados e municípios.

Esta estiagem é a mais grave dos últimos 90 anos e já coloca em discussão o que fazer para se economizar água para o futuro?

Aqui, em Sorocaba e região, chama a atenção a situação periclitante pela qual passa a represa de Itupararanga, manancial responsável pelo abastecimento de mais de 80% da população sorocabana.

Operando com 27% de sua capacidade, a represa impõe o receio e a precaução junto às autoridades e à população para que se diminua o consumo de água na cidade, a fim de evitar um desabastecimento e um provável rodízio na distribuição da água.

Uma campanha para a conscientização da população quanto ao consumo exagerado de água, e a economia de energia elétrica proposta pelo governo federal, já que as hidroelétricas trabalham com seus níveis abaixo do satisfatório, vem sendo realizada desde o começo desta semana em Sorocaba pela prefeitura e o Saae.

Nesta semana, o promotor de Justiça do Gaema (Grupo de Atuação Regionalizada de Defesa do Meio Ambiente), Antonio Domingues Farto Neto, esteve na Câmara Municipal de Sorocaba para debater com os vereadores as questões relacioandas à estiagem, à falta de água e às queimadas.

O promotor foi à tribuna a convite do vereador João Donizeti Silvestre, que é o presidente da Comissão do Meio Ambiente, para manifestar sua preocupação com a estiagem prolongada e o abastecimento de água na região de Sorocaba, além de falar das ações do Gaema no combate às queimadas, consideradas crime ambiental.

Nesse dia, o capitão Felipe José Leme, comandante da 3ª Companhia Ambiental, também esteve presente no legislativo para oferecer apoio ao promotor e falar das ações da polícia, em conjunto com o Gaema, com o objetivo de flagrar e inibir crimes ambientais em nossas matas.

O promotor explicou que, como as questões ambientais ultrapassam as fronteiras dos municípios e das comarcas, o Ministério Público do Estado de São Paulo criou o Gaema para auxiliar os promotores naturais de cada comarca a lidar com as questões ambientais.

Ao falar sobre a represa de Itupararanga, Farto Neto observou que a barragem é muito segura e disse que a represa cumpre três funções: produção de energia; reserva de água, que ajuda no controle hídrico; e regulação da quantidade de água que sai da barragem para alimentar o rio Sorocaba.

Em entrevista na Cruzeiro FM, o secretário municipal do Meio Ambiente, Antonio Prieto Neto, confirmou que a maior parte das queimadas em Sorocaba tem sido causada por pessoas que ateiam fogo em terrenos porque têm muito mato e querem limpá-los.

É bom lembrar que essa prática é considerada crime ambiental, e se a pessoa for flagrada, pode até mesmo ser presa.

O secretário falou que as pessoas também podem denunciar casos de queimadas e alertou que os donos dos terrenos precisam mantê-los roçados, para evitar que pessoas ateiem fogo nas áreas e provoquem as queimadas.

Nos últimos dias, inúmeras ocorrências foram registradas na cidade, e a fumaça tomou conta de quase todas as regiões.

Um dos registros, que despertou a atenção das autoridades, foi o fogo ocorrido na noite de segunda-feira em uma grande área na região do Parque Natural, no Alto da Boa Vista.

Esse incêndio mobilizou o Corpo de Bombeiros e a Patrulha Ambiental.

Contudo, muitas ocorrências têm sido registradas em diversas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba e têm provocado muito acúmulo de substâncias nocivas para a respiração dos seres humanos e dos animais.

Na segunda-feira, em entrevista no Jornal da Cruzeiro, o diretor-geral do Saae Sorocaba, Ronald Pereira da Silva, afirmou que, se não fosse a Estação de Tratamento de Água do Vitória Régia, recém-inaugurada, a zona norte de Sorocaba já estaria enfrentando falta de água, com a necessidade de se promover o rodízio no abastecimento.

Ronald disse que o Saae está preparado para enfrentar a crise hídrica e atender à população, mas alertou que é importante economizar, pois a represa de Itupararanga está a poucos metros para alcançar o chamado nível morto.

Portanto, hábitos simples, como fechar a torneira quando for escovar os dentes ou fazer a barba; tomar banho rápido e, de preferência, fechar o registro enquanto se ensaboa; evitar de lavar carro e quintais e, se for necessário, aproveitar a água da máquina de lavar-roupas ou do tanque para lavar o chão da garagem e do quintal.

Estas, entre outras providências, ajudarão a evitarmos um dano maior à natureza e continuarmos a ter água nas torneiras.

Consumir água pode até ser barato, porém, vale ressaltar que a água é um bem finito, ou seja, ela pode acabar se for mal utilizada.

Sem água, não há vida; por isso, economize-a para preservar a sua.

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