Editorial: De pandemia a epidemia (30/10/2020)

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 30/10/2020

A pandemia do novo coronavírus foi alvo de todas as atenções na área da saúde nas últimas 32 semanas.

Ainda hoje ouvimos notícias da segunda onda de Covid-19, que vem afetando o continente europeu, em especial, a França e a Alemanha, que chegaram a decretar, nesta semana, lockdown.

No Brasil, a doença matou milhares de brasileiros.

Contudo, enquanto os noticiários eram pautados pela pandemia, e os administradores públicos agiam na área da saúde com vistas ao coronavírus, outro mal vinha-se estabelecendo novamente: a dengue.

Transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, essa doença pode ser fatal e requer cuidados e atitudes preventivas para evitar a proliferação do mosquito.

Nesta semana, a coordenadora da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Sorocaba, Thais Buti, afirmou, no Jornal da Cruzeiro, que Sorocaba está em situação de alerta para a infestação desse inseto.

Segundo ela, o  índice da Avaliação de Densidade Larvária, conhecida pela sigla ADL, de Sorocaba, ficou em 1,1%, colocando a cidade na condição de alerta.

De acordo com Thais Buti, o levantamento foi realizado ao longo deste mês de outubro, período em que a cidade acumulou 1.865 casos de dengue neste ano.

Ainda, segundo ela, a cada 100 imóveis vistoriados, 1,1 tinham larvas do mosquito.

O índice considerado satisfatório vai até 1%; entre 1% e 3,9%, a situação é considerada de alerta; e acima de 3,9%, a classificação é de risco.

A pandemia do novo coronavírus ocupou a cabeça de muitas pessoas, não permitindo que elas cuidassem de seus quintais e áreas públicas da vizinhança.

Com o delivery de alimentação em franco crescimento por conta da quarentena, houve um aumento do material reciclável e, por consequência, um descarte maior de lixo pelas ruas da cidade.

No entanto, o problema não são as embalagens, mas a forma como as pessos as descartam.

Garrafas, copos, tampinhas, enfim, tudo aquilo que possa armazenar água é um poderoso criadouro do Aedes aegypti; e aí, temos o problema!

Com o número crescente dos casos de dengue na cidade e em outros municípios da região, como Votorantim, uma nova epidemia da doença pode estar prestes a ser desencadeada, porém não queremos que isso aconteça.

Assim, o cuidado com o lixo e o correto descarte de materiais recicláveis ajudam, em muito, a evitarmos a propagação do mosquito.

Examinar cômodos, quintais, áreas públicas perto de casa, pelo menos uma vez na semana, são, com certeza, alguns dos exemplos de combate à dengue.

As chuvas, que vêm chegando com volumes cada vez maiores por conta da primavera e da aproximação do verão, começam a deixar o ambiente ideal para o mosquito da dengue.

Portanto, cabe a cada um de nós evitar o acúmulo de sujeira e coisas que possam servir de criadouro para a fêmea do Aedes aegypti colocar seus ovos.

De acordo com o levantamento da Secretaria da Saúde feito na semana passada, o número de casos registrados na cidade supera em 72% o total de registros do ano passado.

São 786 casos a mais que no ano anterior.

E há, ainda, o registro da morte de uma pessoa vítima da doença.

Em 2018, Sorocaba registrou apenas 46 casos; assim, a preocupação do governo municipal é de que a falta de cuidado da população acabe por provocar um descontrole da dengue em Sorocaba e, dessa forma, voltarmos a ver aquele cenário desolador de 2015.

Naquele ano, Sorocaba sofreu com uma epidemia da doença, com mais de 50 mil casos e 37 mortes.

Portanto, para evitarmos que esse cenário assustador volte a acontecer em Sorocaba, devemos manter os cuidados básicos de controle do mosquito, além, é claro, de mantermos os novos hábitos adquiridos por conta da pandemia de Covid-19.

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