Editorial: Uma questão sanitária

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 22/05/2020

Esta semana foi marcada por discussões e embates de opiniões sobre a antecipação de feriados, como forma de aumentar o isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.
Em Sorocaba, não foi diferente.
Vereadores receberam projeto da prefeita Jaqueline Coutinho que pede autorização para antecipar os feriados municipais.
No entanto, por falta de acordo entre os parlamentares, a proposta acabou não sendo discutida nessa quinta-feira, ficando para hoje, em sessão extraordinária virtual.
Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas teve a aprovação de projeto do Executivo que trouxe para esta semana dois feriados: Corpus Christi (11 de junho) e Consciência Negra (20 de novembro), culminando com ponto facultativo nesta sexta-feira.
Na mesma toada, o governador de São Paulo, João Doria, enviou à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo projeto de lei que pedia a antecipação do feriado de 9 de julho, o da Revolução Constitucionalista, para esta segunda-feira, dia 25 de maio.
Os deputados colocaram a proposta em discussão na tarde de ontem, em plenário virtual.
Os debates foram acalorados e estenderam-se até altas horas da madrugada desta sexta-feira.
Por 47 votos favoráveis e 5 contra, o texto do projeto do governo de São Paulo foi aprovado pelos parlamentares, possibilitando, assim, que o feriado seja transferido para segunda-feira, garantindo ao governo seis dias de feriado.
Todas as cidades paulistas, incluindo Sorocaba naturalmente, terão de antecipar o feriado de 9 de julho para segunda.
O tema da antecipação dos feriados foi polêmico nesta semana e repercutiu de maneira intensa entre os ouvintes da Cruzeiro FM.
Devido a esse clima de debate, o Jornal da Cruzeiro lançou uma enquete no Facebook da rádio, pela qual se perguntava aos ouvintes a opinião deles sobre o assunto.
Mais de 1.300 participaram da enquete encerrada ontem à noite e que trazia a seguinte pergunta: Qual sua opinião sobre a antecipação dos feriados municipais em Sorocaba?
A maioria votou contra a proposta: foram 80% contrários e 20% favoráveis.
A preocupação dos ouvintes com a antecipação de feriados prolongados foi a mesma apresentada ontem por deputados que eram contra a proposta do governo estadual.
Aqueles que votaram contra o projeto demonstraram preocupação com o fato de as pessoas viajarem no feriado e aumentarem os focos de contaminação pelo estado.
Alguns também afirmaram que falta transparência por parte do governo na elaboração de medidas contra a pandemia.
Em Sorocaba, as opiniões também estão divididas entre os parlamentares.
Até essa quinta-feira, centenas de ouvintes manifestaram-se sobre o tema e ocuparam boa parte do tempo do Jornal da Cruzeiro dentro do quadro Espaço Cidadão.
As opiniões foram as mais variadas possíveis.
Por conta do feriado prolongado decretado por Bruno Covas em São Paulo, muitas cidades da Região de Sorocaba vêm fazendo bloqueios desde quarta-feira, a fim de evitar a entrada de turistas e de pessoas de outros municípios.
O receio maior da população e dos ouvintes que participaram do Jornal da Cruzeiro de maneira intensa nesta semana é com a falta de decisões mais assertivas dos governantes.
Nesta semana, por exemplo, Bruno Covas colocou em prática duas ações que não vingaram.
Antes do feriadão, o prefeito de São Paulo havia tentado realizar bloqueios nas vias da cidade, mas profissionais de saúde chegaram a ficar presos no trânsito e a medida foi abandonada após não surtir o efeito de isolamento esperado.
Na sequência, a cidade adotou um rodízio ampliado e mais restritivo de veículos, mas acabou refletindo no aumento do número de pessoas no transporte público, sendo esta decisão também suspensa.
Portanto, o que o cidadão espera é que os governantes tomem decisões embasadas em medidas sanitárias orientadas pelas equipes de saúde e deixem de fazer política em cima da pandemia.
A Cruzeiro FM defende iniciativas técnicas e plausíveis para que a sociedade seja liberta, o mais breve possível, desse pesadelo que vem sendo a pandemia aliada à quarentena.
Vidas precisam ser preservadas, mas a saúde econômica do país também.
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