Toyota demite 400 funcionários em Sorocaba e mais 100 em Porto Feliz

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 19/06/2019

A Toyota está demitindo nesta semana 400 funcionários da fábrica de automóveis de Sorocaba e mais 100 da fábrica de motores de Porto Feliz.
Com isso, segundo informações da empresa, será encerrado o terceiro turno nas duas plantas. Em Sorocaba, o terceiro turno foi criado em 2018 e começou a funcionar efetivamente em novembro, para poder acomodar a produção dos dois modelos da planta: o veterano Etios e o novato Yaris, ambos com duas carrocerias, hatchback e sedã. A Toyota tinha, antes das demissões, 2.800 funcionários em Sorocaba. Os sistemistas têm 2 mil funcionários e ainda não anunciaram demissões.
As demissões começaram a ocorrer na segunda-feira, 17. Como o Jornal Cruzeiro do Sul havia divulgado com exclusividade no final do mês de maio, a principal causa das demissões seria o fraco desempenho nas exportações da marca, afetado principalmente pela crise da Argentina, o maior importador dos automóveis brasileiros da marca. O Etios chegou a ser o carro mais vendido na Argentina durante um período.
O mercado interno cresceu 11,4% no primeiro trimestre do ano, segundo dados da Anfavea, associação que reúne os fabricantes, crescimento que não é suficiente para que a Toyota mantenha o funcionamento de três turnos em suas fábricas, informou o fabricante. A instabilidade do câmbio também não ajuda as exportações.
Nos cinco primeiros meses do ano a Toyota foi o 6º maior fabricante brasileiro, com 8,29% de participação de mercado na soma de automóveis e comerciais leves. O sedã médio Corolla é o 12º mais vendido no Brasil e os novos produtos da planta de Sorocaba vão gradativamente conquistando mercado. Até o final do maio foram vendidos 15.169 unidades do Yaris hatch e 12.781 unidades do sedã, enquanto percebe-se uma queda nas vendas do Etios no mesmo período: 7.523 do hatch e 5.196 do sedã.
Enxugando a produção
A Toyota havia anunciado demissões no final de maio. A informação da empresa, confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, era de que seriam demitidos entre 340 e 350 funcionários. Abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) e apresentou uma proposta para os próximos três anos com a redução de uma série de benefícios dos trabalhadores, considerado bastante severo. O PLR (Participação nos Lucros e Resultado) da empresa é de R$ 16 mil e a era reduzi-lo em 10%. Na proposta consta zerar o aumento real de salários de 2019 a 2021; reajuste zero de salário em 2019; redução do adicional noturno; a implantação da coparticipação da assistência médica, entre outros itens.
Da pauta de negociações apresentada aos funcionários em maio, sabe-se que o valor PLR não será alterado este ano, mantendo-se em torno de R$ 16 mil, enquanto que os outros itens ainda estão em negociação.
O PDV teve pouquíssimos interessados e ontem a direção da empresa confirmou as demissões e o encerramento do terceiro turno nas duas unidades. As demissões atingem principalmente os trabalhadores com contrato temporário. A empresa faz contrato direto com funcionários, renováveis a cada seis meses. Após dois anos o funcionário é incorporado ao quadro de efetivos da empresa, ou é dispensado. No final do ano passado foram contratados cerca de 740 trabalhadores para o terceiro turno. Os que não forem demitidos certamente deverão ser incorporados aos outros turnos de produção.
O terceiro turno funcionará na fábrica de Sorocaba até o dia 5 de agosto. A empresa espera com essa medida adequar sua produção à demanda do mercado.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul (reportagem de Adalberto Vieira)


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