Editorial: Tecnologia, conforto e custo 04/04/2025
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 04/04/2025
A instalação de novos pórticos de pedágio em rodovias sob concessão da CCR Sorocabana, seguindo o modelo de cobrança automática (free flow), levanta debates sobre os impactos dessa mudança para motoristas e à sociedade.
Segundo informações do governo do Estado de São Paulo, as marginais urbanas de Sorocaba não serão afetadas pela cobrança.
A medida gerou forte reação de lideranças políticas locais.
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, e deputados estaduais da região manifestaram preocupação com o impacto econômico sobre os cidadãos e empresas locais, destacando que a cobrança adicional poderia onerar ainda mais os motoristas.
Em contrapartida, o governador defende que o modelo free flow é mais justo e moderno, proporcionando um pagamento proporcional ao uso da rodovia.
A CCR Sorocabana planeja instalar os novos pórticos de pedágio no sistema free flow em diversas rodovias sob sua concessão, incluindo trechos dentro do município de Sorocaba.
Os locais previstos para a instalação desses pórticos são: rodovia Raposo Tavares, nos quilômetros 86, na região do bairro Inhayba; 95,1, próximo à avenida Nogueira Padilha; 101,3, nas proximidades da rua João Wagner Wey; rodovia José Ermírio de Moraes, a Castelinho, no quilômetro 3,2; rodovia Celso Charuri, no quilômetro 4,1, na região do bairro Aparecidinha.
Além desses, há planos para a instalação de outros pórticos em rodovias estaduais paulistas até 2030, totalizando 58 novos pontos de pedágio no sistema free flow em todo o estado.
A implementação desses pórticos visa modernizar o sistema de cobrança de pedágios, proporcionando maior fluidez no tráfego e uma cobrança mais justa, baseada na distância percorrida.
No entanto, a medida tem gerado debates entre autoridades locais e moradores, especialmente devido ao impacto econômico para os usuários que transitam entre bairros dentro de Sorocaba.
O modelo free flow elimina a necessidade de praças de pedágio físicas, permitindo que os veículos passem sem parar, o que reduz congestionamentos e emissões de poluentes.
A cobrança proporcional ao uso também aparece como uma vantagem, já que haverá casos de motoristas pagarem apenas pelo trecho percorrido, tornando a cobrança mais justa e reduzindo custos para quem trafega por curtas distâncias.
A implementação de sistemas automatizados de cobrança promove a adoção de tecnologias avançadas e pode estimular melhorias na infraestrutura rodoviária.
No entanto, há que se considerar, também, as desvantagens dos novos pedágios, pois, mesmo com cobrança proporcional, o aumento de pórticos pode gerar mais despesas para motoristas frequentes, especialmente trabalhadores e empresas de transporte.
A cobrança automática exige tecnologia robusta e pode apresentar falhas, além de dificultar a fiscalização de motoristas inadimplentes.
Em áreas mais periféricas ou rurais, onde a infraestrutura pode ser mais limitada, o pedágio pode representar um custo elevado em relação ao benefício oferecido, provocando diferenças regionais.
Desse modo, os novos pedágios nas rodovias paulistas trazem avanços tecnológicos e um modelo de cobrança mais justo, mas também representam desafios que precisam ser acompanhados de perto para garantir benefícios reais à população.
Uma política de transparência nos investimentos e melhorias nas estradas será essencial para justificar os custos adicionais aos motoristas.
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