Editorial

Editorial: A vida por um fio 10/05/2024

Mais uma vez, Sorocaba mostrou-se solidária e, por sua motivação em ajudar o próximo, ganhou destaque nacional frente a diversos outros municípios paulistas que se mobilizaram para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

Aliás, a Região Metropolitana de Sorocaba trouxe a público diversas iniciativas de arrecadação de donativos às pessoas afetadas pelos temporais naquele estado, como Itapetininga, Araçoiaba da Serra, Iperó, São Roque, Itu, Votorantim, entre outros municípios.

Essa força motriz humana enfatizou o caráter humanitário dos sorocabanos e da população da região, que não mediram esforços para serem solidários.

A divulgação das notícias sobre toda a situação caótica pela qual vem passando o Estado do Rio Grande do Sul provocou as pessoas a arregaçarem as mangas e mostrarem o que o ser humano tem de melhor no quesito da solidariedade.

Sorocaba tem muita proximidade com o Rio Grande do Sul e essa conexão não é de agora vem de séculos, desde quando as rotas via terrestre começaram a ser movimentadas por conta dos tropeiros.

O tropeirismo foi marcante nessa tradição de irmandade entre cidades daquele estado e Sorocaba.

Por praticamente dois séculos, essa movimentação era conhecida como Ciclo do Tropeirismo e foi responsável pela comercialização de diversos produtos, que eram transportados por mulas.

Sorocaba registrou essa peregrinação no final do século 18, lá nos idos dos anos 1750, e permaneceu até início do século 19.

A movimentação tropeira era responsável pelo abastecimento de muitas regiões, por onde a tropa passava, trazendo no lombo dos equinos produtos como couro, tecidos, sal, açúcar, aguardente, ferramentas, utensílios domésticos.

E, agora, neste ano de 2024, quando o Rio Grande do Sul sofre a maior catástrofe natural, deixando mais de meio milhão de pessoas em situação periclitante em função das fortes chuvas e enchentes, Sorocaba mostra sua solidariedade e parceria.

Mais de 100 mortes e cerca de 327 mil pessoas estão desalojadas, e a situação ainda é de medo devido às previsões de mais chuvas sobre o Estado até domingo.

Para ajudar as dezenas de milhares de pessoas que perderam praticamente tudo, os sorocabanos iniciaram uma mobilização no último domingo que já resultou em mais de 150 toneladas de alimentos, material de limpeza e de higiene, além de medicamentos, que começaram a ser enviados para o Rio Grande do Sul por meio de carretas e aviões cedidos por empresas.

Ainda, nesta sexta-feira, a arrecadação de donativos continua na sede do Fundo Social de Solidariedade de Sorocaba, mas não para por aí.

A Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) faz nesta sexta-feira uma ação para arrecadar água mineral, um item importante para a população do sul que, por conta das enchentes, ficou, praticamente, sem esse recurso natural.

Centenas de pessoas estavam há mais de três dias sem tomar água que, felizmente, começou a chegar de diversos lugares para saciar a sede daquelas pessoas.

Além dessa mobilização por mantimentos, Sorocaba mostrou-se solidária também na questão logística e de auxílio a resgates de pessoas e de animais.

Daqui da cidade, um grupo voluntário de veterinários especializados em resgate de grandes animais foi, nesta semana, para o Rio Grande do Sul para auxiliar o Corpo de Bombeiros em ações relacionadas à enchente na região de Porto Alegre, inclusive, ajudaram no resgate do cavalo Caramelo que ficou ilhado em cima de um telhado de casa por quatro dias.

Essas ações solidárias se repetiram em diversos lugares e por diversas pessoas e grupos de profissionais no resgate das vítimas no Rio Grande do Sul.

O voluntariado também é, sem sombra de dúvidas, mais uma característica do nosso povo, o que orgulha Sorocaba e cidades da região por esses atos nobres e de coragem.

A luta para recuperar a dignidade daquelas pessoas do Rio Grande do Sul vai continuar, pois quando as águas baixarem e os prejuízos começarem a ser contabilizados, toda a ajuda financeira, solidária e voluntária também vai continuar, pois milhares perderam tudo o que tinham, desde entes queridos até a casa em que moravam.

Toda a força política e auxílio dos governos municipais e estadual do Rio Grande do Sul, além do governo federal, serão necessários para que os nossos irmãos do sul possam recomeçar suas vidas.

Que a solidariedade e o voluntariado continuem sendo a marca de nosso povo.

E, dos governantes e legisladores, espera-se o esforço e empenho para reconstruir parte daquela nação brasileira.

Cruzeiro FM, com você o tempo todo!!!

Cibelle Freitas
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