Editorial

Editorial: Erradicação do trabalho infantil (17/06/2022)

Considerado o fundador da sociologia, o jurista e economista alemão, Max Weber, também ficou conhecido pela célebre frase: “O trabalho dignifica o homem”.

Weber destacou que o trabalho se encaixava como uma das ações sociais mais nobres e dignas presentes na sociedade, durante um discurso dele, no final do século 19, sobre a ética protestante.

De fato, o trabalho dignifica a pessoa e é tão importante quanto você morar, alimentar-se, entreter-se, estudar, ter uma profissão e por aí vai.

O trabalho é fundamental para o ser humano se manter, pois sem dinheiro não é possível sobreviver nesta selva de pedra.

Porém, para tanto, o trabalho só é digno quando não é análogo à escravidão e não envolve o trabalho infantil.

O cidadão trabalha, gera recursos, consome e, tudo isso, contribui para a movimentação da economia.

Agora, um mal que se arrasta há anos é o trabalho infantil.

Duas razões esbarram nessa questão: esse tipo de trabalho acaba privando a criança de sua infância e de seus estudos.

Esses são dois pontos fundamentais para o desenvolvimento psíquico, mental, físico e social de uma criança.

Historicamente, ouve-se falar que alguém começou a trabalhar aos 14 ou 8 anos, mas estudos comprovam que o trabalho precoce não é bom, ele é prejudicial.

Muitas ações hoje são feitas para auxiliar o jovem a ingressar, de maneira digna, no mercado de trabalho.

Entre elas, estão os programas governamentais do Primeiro Emprego e do Jovem Aprendiz.

De toda forma, a erradicação do trabalho infantil é uma questão social que precisa ser colocada em prática de fato, não adianta ficar somente no discurso.

No Brasil, três instrumentos garantem os direitos da criança e do adolescente, são eles: a Constituição Federal de 1988; a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Como se vê, uma legislação ampla e que precisa ser respeitada e cumprida.

Nesta semana, a Prefeitura de Sorocaba promoveu o Encontro da Região Metropolitana de Sorocaba sobre o tema “Caminhos de Prevenção para o Combate ao Trabalho Infantil: Sensibilizar, Prevenir e Mobilizar”.

Eventos como este são importantes para que experiências sejam trocadas entre as mais variadas frentes de ação no combate ao trabalho infantil, contudo, é necessário que os governos ajam de maneira rápida e enérgica.

É imprescindível que ações públicas sejam feitas para garantir ensino de qualidade, investimentos em tecnologia e políticas necessárias para que os pais possam ser incluídos no mercado de trabalho e, assim, evitar que as crianças vão às ruas para ajudar no sustento do lar.

A exposição de crianças nas ruas trabalhando é um cenário comum em diversas metrópoles, inclusive em Sorocaba, e as histórias contadas por trás disso sempre envolvem um drama familiar.

Então, o trabalho é complexo, ele vai mais ao fundo, pois envolve o resgate da dignidade de muitas famílias que acabaram empobrecendo mais ainda por conta da pandemia do novo coronavírus.

Assim, encontros como o ocorrido nesta semana são importantes, mas as ações e a luta contra o trabalho infantil precisam continuar acontecendo.

A questão da segurança de crianças e adolescentes é uma responsabilidade social de todos nós, pois há casos mais graves que acontecem por trás disso: como a exploração, por vezes, sexual de adolescentes.

Umas das dificuldades de se erradicar o trabalho infantil remonta a história da Europa e dos Estados Unidos, onde crianças de 5 anos, de famílias mais pobres, já começavam a trabalhar em várias colônias de potências europeias.

Porém, essa realidade do século 19 veio mudando, já que a legislação em todo o mundo proíbe o trabalho infantil.

E, mesmo assim, ainda, em muitos lugares esse tipo de trabalho persiste.

Entre os objetivos de Desenvolvimento Social estabelecidos pela ONU, em 2015, está o de erradicar o trabalho forçado e, até 2025, acabar com o trabalho infantil em todas as suas formas.

E as mudanças começam a partir das ações políticas nos municípios para o combate ao trabalho infantil.

A família tem obrigação de cuidar dos filhos e prepará-los para a vida, enquanto o Estado tem o dever de dar proteção a essas crianças e adolescentes.

Embora no dia 12 de junho seja celebrado o Dia da Erradicação do Trabalho Infantil, é uma discussão que não pode parar.

Sorocaba e seus representantes legais têm dado as devidas respostas a esse problema, entretanto, ainda se vê muitas crianças e adolescentes trabalhando em cruzamentos, portanto, há, ainda, muito trabalho a ser feito, por isso, não dá para ficar somente enxugando gelo.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
Compartilhar

Notícias recentes

Sorocaba recebe turnê da banda britânica Dire Straits Legacy

Sorocaba recebe o show da banda britânica Dire Straits Legacy. A apresentação, que faz parte…

2 horas atrás

Audiências públicas para debater a LDO 2025 têm início nesta sexta-feira na Câmara

Terão início nesta sexta-feira (3), as audiências públicas na Câmara de Sorocaba, para discutir a…

2 horas atrás

Oposição na Câmara não consegue assinaturas suficientes para abertura de CPI contra Manga

Vereadores da bancada da oposição ao governo Rodrigo Manga, na Câmara de Sorocaba, tentaram protocolar…

3 horas atrás

Sorocaba amplia vacinação contra a gripe influenza em 30 UBSs

A partir desta quinta-feira (2), a Prefeitura de Sorocaba amplia campanha de vacinação contra a…

4 horas atrás

Rede Bom Lugar Supermercados celebra o Dia das Mães com sorteio especial

O Dia das Mães está chegando, uma data muito significativa e a valorização dos clientes…

6 horas atrás

57ª Semana do Tropeiro conta com três exposições no Pátio Cianê Shopping

Três exposições do projeto “Estrada da Querência em Sorocaba – No rastro das tropas”, da…

7 horas atrás