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Editorial: Aderir ou não aderir (16/04/2021)

Durante a pandemia do novo coronavírus, o que mais se viu foram tentativas dos governos e autoridades sanitárias para tratar a doença e preveni-la, enquanto a vacina não era descoberta e liberada para ser aplicada na população.

Depois de mais de um ano, os países vêm imunizando suas populações, a fim de controlar a disseminação da doença.

Entre as mais variadas situações médicas e da ciência no combate à Covid-19, uma polêmica sempre fez sombra às decisões dos governantes e dos médicos: o tratamento precoce.

O uso de Azitromicina e Ivermectina no tratamento dos sintomas iniciais da doença, por exemplo, começou a ser feito por médicos e, até mesmo, pelas pessoas que, temerosas com o vírus, passaram a se automedicar.

Mais recentemente o prefeito Rodrigo Manga expôs a Prefeitura de Sorocaba a uma condição delicada quando, na quarta-feira, depois de declarar no Jornal da Cruzeiro, aqui, na Cruzeiro FM, que o tratamento precoce em Sorocaba é um sucesso.

Posteriormente, ele divulgou pelas mídias oficiais da prefeitura que mais de 99% dos casos de tratamento precoce haviam obtido resultado positivo e que a cidade passava a ser um exemplo para o país.

É necessário deixar duas coisas claras em toda essa situação: não há estudos que comprovem a eficácia desse tratamento para Covid-19 nem estudos que afirmem que não dá resultado.

A segunda coisa, e talvez a mais importante nesse contexto, é a decisão pelo tratamento precoce, que deve ser feita pelo médico em comum acordo com o paciente.

Como deixou claro o médico e vereador em Sorocaba Hélio Brasileiro: tratamento precoce é todo e qualquer procedimento que se faça durante a fase inicial de qualquer doença, utilizando-se, para isso, medicamentos aprovados e com indícios de que resolvam o problema.

Ou seja, cabe ao médico decidir pelo tratamento conforme a condição do paciente e o estágio em que se encontram os sintomas de uma determinada doença.

A Cruzeiro FM preocupada com essa questão ouviu especialistas para comentarem o tema.

O repórter André Fazano conversou com médicos, representantes de classe, vereadores, acadêmicos e coletou em uma reportagem especial divulgada na edição desta sexta-feira do Jornal da Cruzeiro opiniões a respeito do assunto.

O médico e especialista em Reprodução Humana, Lister Salgueiro, afirma que existem estudos pró e contra o tratamento precoce.

Segundo ele, a medicina é assim até que o assunto se estabilize e vire um consenso, e isso pode demorar.

A médica Cibele Saad Rodrigues, que é professora da PUC e coordenadora acadêmica do hospital Santa Lucinda em Sorocaba, reforçou que não existem estudos científicos que comprovem a eficácia desses medicamentos que têm sido usados no tratamento da Covid.

Por outro lado, o nefrologista e ex-secretário municipal da Saúde em Sorocaba, Francisco Antônio Fernandes, destaca que essa polêmica é muito simples de se resolver.

Segundo ele, cabe ao médico que está na linha de frente, aquele que vai receitar a medicação, optar ou não pelo tratamento precoce.

Vale ressaltar que depende também do paciente aceitar ou não esse procedimento.

Em Sorocaba, desde o dia 19 de março, a Secretaria da Saúde  autorizou o protocolo de tratamento precoce contra a Covid-19.

Contudo, deixa claro que os médicos da rede pública de saúde podem, conforme critério técnico deles e de acordo com cada caso, prescrever os medicamentos aos pacientes com suspeita da doença, para iniciar o tratamento de maneira precoce.

No entanto, segundo a secretaria, os pacientes podem aceitar fazer ou não o tratamento.

De acordo com a Prefeitura de Sorocaba, até o momento, 1.113 pacientes optaram pelo tratamento precoce na cidade.

Em meio a essa controvérsia, a Justiça acabou, nesta quinta-feira,  proibindo a prefeitura de veicular qualquer tipo de propaganda institucional, recomendado ou afirmando a eficácia do tratamento precoce.

A decisão da juíza Karina Jemengovac Perez ainda determina pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Portanto, como se vê, ninguém tem certeza da eficácia ou não do tratamento precoce, porém, cabe ao médico decidir junto ao paciente a melhor forma de tratamento da doença provocada pelo coronavírus.

Assim, tendo vacina, sendo ou não feito o tratamento precoce, o mais importante nisso tudo é continuarmos seguindo os protocolos sanitários de afastamento social, uso de máscara, higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel.

Previna-se e proteja as pessoas que você ama.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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