No sábado passado, dia 5 de fevereiro, foi oficializada a concessão do Aeroporto Leite Lopes em Ribeirão Preto para o consórcio Voa NW e Voa SE, operado pela Rede Voa.
O acordo foi assinado pelo governador João Doria, do PSDB, e pelo prefeito Duarte Nogueira, também do PSDB.
De acordo com o governo estadual, o aeroporto de Ribeirão Preto deve receber investimentos na ordem de 130 milhões de reais ao longo de 30 anos de concessão.
O Leite Lopes é o principal aeroporto de um bloco de 11 aeroportos, todos agora com gestão da Rede Voa.
Conforme a Rede Voa, em Ribeirão Preto está prevista a ampliação do terminal de passageiros em 2 mil metros quadrados em sua área útil, o que vai permitir movimentar mais de 2 milhões de passageiros ao ano.
Além disso, a concessionária prevê obras na pista, como o recapeamento, troca da iluminação, repintura da pista principal, área de taxiamento, pátio, adequações de segurança, e sinalizações horizontais e verticais.
Ótimo para a população de Ribeirão Preto, que está em pouco mais de 710 mil habitantes, segundo censo feito em 2020 pelo IBGE, e para as demais cidades que integram aquela região metropolitana.
Mas o que chama a atenção e deixa o sorocabano indignado é que o mesmo grupo que assumiu Ribeirão Preto, arrematou também o Aeroporto Estadual de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz,no dia 15 de julho do ano passado, durante um leilão promovido pela Artesp, porém, não divulgou um investimento robusto como fez para os ribeirão-pretanos.
De acordo com o economista Geraldo Almeida, titular do quadro Economia e Negócios da rádio Cruzeiro FM 92,3, enquanto o grupo anunciou valores de mais de 130 milhões de reais de investimentos no aeroporto de Ribeirão Preto, para Sorocaba, o valor ficou em módicos 6 milhões de reais.
A declaração foi feita por ele durante entrevista no Jornal da Cruzeiro de ontem.
Mas o mais gritante nisso tudo é que o valor de investimento no aeroporto sorocabano ficou muito aquém, por exemplo, do que foi aplicado na construção da Torre de Controle, em torno de 21 milhões de reais.
Ora, isso é no mínimo risível e denota um desprestígio do governo do Estado e de suas concessionárias para com os deputados que representam Sorocaba e região.
No entanto, a corda na garganta não parou por aí, quando, no sábado passado, o jornal Cruzeiro do Sul trouxe em suas páginas a notícia de que o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) desistiu de oficializar o prolongamento de pista do aeroporto de Sorocaba.
Com isso, o local, que teve a construção de 150 metros, aumentando o eixo de 1.480 metros de pista para 1.630 metros, continuará operando como se a ampliação não existisse.
O Daesp afirmou que a decisão não traz prejuízo para as operações, porém, empresários do setor lamentaram a postura e discordaram do órgão.
Nessa questão toda, pesa o fato de que para o prolongamento de 150 metros desconsiderados pelo Daesp houve, em 2012, o anúncio de investimento de mais de 8 milhões de reais dos cofres públicos e que, por uma decisão deliberativa do Daesp, poderão deixar de ser usados.
Tal condição fez com que o jornalismo da Cruzeiro FM acionasse os deputados estaduais com base em Sorocaba para que se posicionassem com relação à questão.
Todos foram ouvidos e repudiaram a decisão do Daesp, porém, até o presente momento, apenas a deputada estadual Maria Lúcia Amary, do PSDB, fez, efetivamente, alguma coisa com relação ao problema.
Na quarta-feira, a deputada esteve na sede do Daesp em São Paulo para tratar dessa questão da pista e, também, do cancelamento, solicitado pelo órgão, da reconfiguração da sinalização luminosa e da realocação do Sistema Indicador de Rampa de Aproximação, conhecido pela sigla Papi.
Maria Lúcia reuniu-se com a presidência do órgão e informou, por meio de uma rede social, que vai trazer boas notícias a respeito do caso.
É necessariamente importante, e de extrema valia, que os parlamentares que representam o município na Assembleia Legislativa de São Paulo lutem pela manutenção e investimentos em Sorocaba para seu pleno desenvolvimento.
Não se pode admitir que obras feitas com dinheiro público nem mesmo que a concessão de aeroportos estaduais à iniciativa privada depreciem o valor de estruturas que geram dezenas de centenas de empregos e proporcionam movimentos importantes para a economia da cidade e, por conseguinte, da região.
O dinheiro público, a população de Sorocaba e os empresários que atuam no setor, além dos 1.500 profissionais que trabalham no aeroporto, merecem total respeito e apreço, já que Sorocaba e a região contribuem sobremaneira para o PIB do Estado de São Paulo.
Sorocaba tem a representação de deputados estaduais e não pode, em hipótese alguma, sofrer debandadas como esta, como se não provocasse impacto econômico e social algum nessa decisão equivocada – para dizer o mínimo – do Daesp.
Vale ressaltar que, no tocante aos investimentos, o grupo privado que assumiu a concessão de 11 aeroportos, incluindo Sorocaba, tem de ter uma gestão competente e técnica, capaz de fazer com que todas as estruturas arrematadas em leilão recebam tratamento igualitário segundo sua localização e importância econômica no contexto do estado.
E, sem parecer bairrista, a Região Metropolitana de Sorocaba, com certeza, não perde em nada para a Região Metropolitana de Ribeirão Preto.
Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!
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