Editorial

Editorial: Não há vida sem água (01/10/2021)

O sinal de alerta foi dado: Sorocaba e mais nove cidades da Região Metropolitana decretaram, nesta semana, estado de alerta devido à crise hídrica que atinge a região onde habitam mais de dois milhões de pessoas.

Esse decreto necessário pegou muita gente de surpresa, pois, há pouco mais de duas semanas antes, falava-se em redução do consumo e economia de água, porém, afastava-se a necessidade de racionamento.

O fato é que a represa de Itupararanga, responsável por abastecer mais de 80% de Sorocaba e de outras cidades, vem sofrendo com a falta de chuva em sua cabeceira, de modo que mais tem dado vazão ao consumo por conta do período de estiagem, comum nesta época do ano, do que represamento.

Somam-se a isso problemas seriíssimos de loteamentos clandestinos e desmatamentos ilegais que comprometem, sobremaneira, o abastecimento de água porque prejudicam as cabeceiras dos rios que banham a represa.

Fora isso, existe ainda a suspeita por parte das autoridades ambientais de que esteja havendo captação clandestina de água na represa; e isso é muito, mas muito grave!

O promotor de Justiça do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), Antonio Domingues Farto Neto, deu em primeira-mão ao repórter Caio Rossini, da Cruzeiro FM 92,3, a notícia de que uma megaoperação para fiscalizar as outorgas de água está sendo programada a fim de identificar, em todos os municípios que são banhados pela represa, captações de água clandestinas em Itupararanga.

O promotor destacou, também, que está sendo feita uma solicitação à empresa Votorantim Energia para que providencie um levantamento técnico de toda a bacia hidrográfica e da APA de Itupararanga para saber quais pontos críticos precisam ser atacados.

Os municípios que fazem parte do decreto são: Sorocaba, Alumínio, Araçoiaba da Serra, Cerquilho, Ibiúna, Laranjal Paulista, Mairinque, Piedade, Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim.

Vale lembrar que, apesar de Laranjal Paulista estar envolvido na questão do decreto, o município não faz parte da Região Metropolitana de Sorocaba.

Ontem, durante entrevista ao Jornal da Cruzeiro, o diretor-geral do Saae de Sorocaba, Ronald Pereira da Silva, admitiu que a situação é preocupante e é preciso fazer uso inteligente da água, a fim de que ela não falte.

Com o decreto assinado na segunda-feira, a proposta é de que a situação seja reavaliada a cada 15 dias.

Salto e Itu, que estão em outra ponta e que fazem parte da Região Metropolitana de Sorocaba, já estão aplicando o racionamento de água.

A falta de chuva, como dito antes, prejudica o volume útil da represa de Itupararanga, que, a cada semana, vai se aproximando mais e mais do volume morto.

De acordo com a Votorantim Energia, que tem a outorga da represa, o volume útil da represa, na segunda-feira passada, é de 23,76%.

Em sua entrevista semanal, às quartas-feiras, na Cruzeiro FM, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, afirmou que, por ora, está descartado na cidade um eventual rodízio ou racionamento de água.

Porém, alertou que a medida poderá ser adotada a qualquer momento se o nível do volume útil da represa continuar caindo e a chuva não vier.

No entanto, há uma expectativa de chuva, em torno de 80 milímetros, para os próximos dez dias, e, como disse Ronald na entrevista, se essa precipitação acontecer, será um grande volume de água importante para ajudar a aliviar a atual situação da represa de Itupararanga.

Diante dessa movimentação em torno do abastecimento nesta semana, vereadores de Sorocaba não ficaram de fora das discussões e, na sessão de terça-feira, cobraram ações práticas da Prefeitura de Sorocaba para que não haja o desperdício de água na cidade, perdas provocadas por vazamentos e que os moradores sejam informados da real situação, para que possam economizar no consumo.

Os vereadores também citaram a necessidade das nascentes da região serem revitalizadas para que os cursos d’água reforcem o volume dos mananciais, além do monitoramento e fiscalizações na represa de Itupararanga.

Todas essas ações são válidas e necessárias para enfrentarmos esse momento hídrico, mas é salutar lembrar aqui que cada um de nós temos uma parte importantíssima nessa questão: o uso consciente da água.

A água é um bem finito e fundamental para a vida, portanto, se você tem a intenção de deixar um mundo melhor para as próximas gerações, comece a fazer sua parte agora e lembre-se: Não há vida sem água!!!

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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