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Editorial: O reajuste insano

Depois de um período difícil da humanidade em 2020, mas que, ainda, neste ano, a situação se perpetua, pelo menos, segundo alguns especialistas, até outubro, uma notícia chegou à parte do setor produtivo da indústria automobilística como uma bomba.

Um aumento, intangenciável, de 207% sobre o ICMS (o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado de lojistas de carros usados, seminovos e novos, vai comprometer a subsistência deste comércio e impactará, sobremaneira, a compra desses veículos.

Tal reajuste, definido pelo governo estadual, coloca em risco empregos e a saída de empresas do estado.

Nesta semana e nas anteriores, noticiou-se uma movimentação grande de comerciantes do setor, que promoveram carreatas em protesto a essa decisão desagregante e fora de contexto, principalmente, em um momento em que todos os setores da economia tentam minimizar os danos inerentes à pandemia do novo coronavírus.

Para entender a conta, o reajuste da carga tributária de ICMS, que já começou a valer em 15 de janeiro, para carros usados, teve um salto de 1,8% para 5,53%.

Embora essa equação pareça ser pouco, ela implica no salto de 207% nesse imposto, já que alíquota calculada na venda do automóvel ocorre na nota fiscal de compra.

São muitos números, mas a verdade é que o governo tenta equilibrar as contas do Estado aumentando impostos sobre a sociedade, em vez de cortar na carne, como muito bem observou o presidente da Associação Comercial de Sorocaba, Sérgio Reze, que é proprietário, há 75 anos, de uma rede de concessionária automobilística em Sorocaba.

A imposição desse reajuste impõe uma morte súbita ao setor que, ao longo do ano passado, teve de se reestruturar para manter empregos e a liquidez do negócio.

No entanto, neste ano, em 2021, o remédio amargo para resolver a defasagem de arrecadação do governo por conta da pandemia veio em altas doses para os setores da economia ativa e produtiva.

A Cruzeiro FM trouxe reportagens e entrevistas especiais sobre o tema e cobrou também uma posição dos deputados estaduais e federais que representam a região de Sorocaba.

Entre eles, o deputado estadual Danilo Balas definiu, de maneira muito clara, a postura do governo estadual que desestrutura o setor automobilístico por meio do decreto de reajuste do ICMS.

Depois do setor agrícola, o setor automotivo é o que mais emprega no Estado de São Paulo, e, com essas ações desastrosas do governador, o desemprego e o fechamento de muitas lojas serão inevitáveis, além de que as empresas que não quebrarem, certamente deixarão São Paulo.

O que se conclama para reverter essa decisão, no mínimo insana à economia, é a Assembleia Legislativa suspender o tal decreto do governador João Doria por meio da aprovação de um Projeto de Decreto Legislativo que susta os efeitos do nocivo decreto em vigor desde 15 de janeiro.

Historicamente, desde o início do governo Doria, a Assembleia Legislativa tem dado apoio às decisões do governador, porém, esta, que aumenta impostos, é insana, quando se observam diversas regalias e altos salários injustificáveis na máquina administrativa.

Se é preciso recuperar o caixa do Estado de São Paulo, que essa recuperação venha por cortes e enxugamentos necessários dentro do governo.

Já basta todo o sofrimento imposto aos cidadãos, à indústria e aos demais setores da economia ativa que não mediram esforços para ajudar a evitar um colapso na economia brasileira.

Agora, é a vez do setor público, dos governantes mostrarem sua solidariedade por meio de rompimentos políticos e financeiros negociados em compromissos eleitoreiros.

Chega de demagogia e hipocrisia.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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